domingo, 19 de fevereiro de 2017

A BÍBLIA - INFORMAÇÕES GERAIS - 3ª Parte

Continuando nosso estudo introdutória sob a Bíblia, vamos ver algumas coisas mais sobre a Bíblia Hebraica e a Protestante. Depois sobre os idiomas originais no qual foram escritos os livros sagrados e qual o material utilizado. Veremos também algumas informações sobre datas e divisões dos livros em versículos a capítulos. São pontos importantes para conhecermos melhor os livros que servem de inspiração para a vida de muitos pessoas.

Bíblia Hebraica (TaNaK)

A Bíblia Hebraica é formada por 39 (trinta e nove) livros, divididos em três partes:

Lei ou Torá (cinco livros): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Livros Proféticos ou Nebiim (21 Livros) divididos em:
- Profetas anteriores (6 livros): Josué, Juízes, I e II Samuel I e II Reis.
- Profetas Posteriores (15 livros): Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Escritos ou Ketubim (13 livros): Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdra, Neemias e I e II Crônicas.
Reunindo a primeira letra de cada uma dessas partes, os Judeus formaram a Palavra ‘TaNaK’ que designa a Bíblia Hebraica.

Bíblia Protestante

Ao separar-se da Igreja Católica, Martinho Lutero optou pela Bíblia Hebraica. Assim, na Bíblia Protestante, o Antigo Testamento contém apenas 39 livros.
Hoje, todas as diversas igrejas e seitas derivadas do protestantismo seguem a Bíblia de Lutero. Porém, devemos notar que, quanto à ordem dos livros do Antigo Testamento, a Bíblia Protestante segue a Católica. Já quanto ao Novo Testamento, não existem diferenças: Ambas contêm 27 livros e na mesma ordem:

Livros Históricos
Os Livros Históricos são 5 (cinco): Os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João e Os Atos dos Apóstolos.

Livros Didáticos
Os Livros Didáticos correspondem às (21 cartas): Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I , II e III João e Judas.

Livro Profético: Apocalipse.

As Cartas
As cartas são divididas em subgrupos:
- Grandes cartas: Romanos, I e II Coríntios e Gálatas.
- Cartas do Cativeiro: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon.
- Cartas Pastorais: I e II Timóteo e Tito.


Idiomas da Bíblia

A Bíblia foi escrita em três línguas: hebraico, aramaico e grego.

Hebraico
É a língua mais antiga das três, mesmo assim é considerada relativamente recente, já que sua escrita alfabética é posterior à invenção e à difusão da escritura alfabética no antigo Oriente-Próximo, ou seja, bem depois do século XV a.C.  Assim a Bíblia não pode assegurar textos anteriores ao século XII a.C. E as primeiras grandes redações não são realmente plausíveis antes do século IX a.C.
Em suas partes mais antigas, o Antigo Testamento só oferece alguns textos que podem remontar aos séculos XII e XI a.C.  Já os textos mais desenvolvidos só são datáveis dos séculos X – IX, e o essencial de uma redação mais organizada situa-se entre os séculos VIII e III a.C.
Essas datas vão estabelecer certa distância entre os mais antigos escritos que podemos levantar e os acontecimentos neles relatados. Assim, é preciso registrar espaços de cinco a oito séculos entre determinada personagem ou acontecimento e a referência escrita que o texto hebraico do Antigo Testamento apresenta sobre ela. Acrescentando  a isso o fato de que não só as personagens mais antigas como os patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó), mas todos os personagens colocados em cena nos onze primeiros capítulos do livro do Gênesis, situados entre os séculos XVIII e XVI a.C., não falavam o hebraico, pois essa língua é relativamente tardia.
O hebraico foi utilizado como língua de redação do Antigo Testamento durante doze séculos.

Aramaico
É somente após o Exílio na Babilônia (ano 587, século V a.C.), que Israel começará a utilizar essa língua, que era, na época, a língua diplomática e comercial do Oriente-Próximo, isso no século VI a. C.
O Antigo Testamento só conserva alguns textos e partes de livros em aramaico, todos datáveis dos séculos III e II a.C.

Grego
Durante os dois séculos que precederam a nossa era e, portanto, no tempo de Cristo, o grego foi a língua judaica de uma grande parte do povo de Israel, talvez sua parte mais dinâmica, mais ativa. O Judaísmo egípcio e mais especificamente o de Alexandria, o Judaísmo da diáspora (os judeus que moravam fora de Israel) e uma parte do judaísmo palestino utilizavam a língua grega, às vezes exclusivamente, embora o hebraico provavelmente tivesse permanecido como língua litúrgica, sobretudo para a leitura na sinagoga.
Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego.

Material de Escrita da Bíblia

Os  livros da Bíblia foram escritos primeiro em papiros e depois em pergaminhos.
Papiro: É uma planta que crescia às margens do rio Nilo. Suas hastes eram cortadas em pequenas tiras e sobrepostas umas às outras em forma de cruz. Depois eram coladas, prensadas e alisadas. Já era conhecido e usado no Egito desde 3000 anos antes de Cristo.
Escrevia-se com um pequeno pincel, pois um instrumento com ponta muito fina podia rasgar a folha.

Sua textura aparece na figura ao lado.
Era guardado em rolos de vários metros,  e sua largura era de aproximadamente 45/50 cm. Foi amplamente utilizado no Antigo Egito e, além de servir para a escrita, a fibra da raiz e das hastes do papiro era utilizada na fabricação e calafetagem de embarcações, na confecção de pavios de candeeiros a óleo, em esteiras, cestos e cordas, na confecção de sandálias e vários outros objetos.



Pergaminho: Couro de ovelhas ou de cabras, especialmente preparado. Foi inventado em meados do ano 100 a.C.. Era material muito mais resistente que o papiro, porém muito mais caro.
Escrevia-se com um instrumento de escrita com ponta mais fina que o utilizado no papiro.
Atribui-se o nome de pergaminho como derivado da cidade de Pérgamo, onde acredita-se que essa técnica tenha surgido.
Assim como o papiro, após o término de processo de raspagem e lixamento do couro, a peça era cortada em folhas de igual tamanho e coladas umas as outras no sentido horizontal e depois enroladas para serem utilizadas na escrita.


Quando surgiu o papel, inventado pelos chineses, o uso do pergaminho foi relegado ao quase esquecimento, pois o novo material tinha custo bastante inferior e propiciou a difusão de material escrito. Atualmente, o uso do pergaminho é restrito à confecção de diplomas universitários e em letras e t´tulos do Tesouro Nacional, por ser uma material considerado muito difícil de ser falsificado. 


Idade dos textos

Não possuímos o texto original de nenhum livro da Bíblia. Apenas cópias mais ou menos exatas.

Em Qumran, às margens do Mar Morto, em 1947, foram encontrados textos bíblicos que datam do século II a. C. Foram encontrados textos de todos os livros do Antigo Testamento com exceção de Ester, Judite, Baruc, Sabedoria e I e II de Macabeus. Até então tínhamos textos em hebraico que datavam do século VI, VII e X d.C.

Os textos mais antigos escritos em grego, nos livros do Novo Testamento, datam do século IV d.C.

Capítulos e versículos



Nos livros “originais” da Bíblia não havia separação entre as palavras, nem vogais, não havia sinais de pontuação, nem títulos para ajudar a localizar as passagens bíblicas. Aliás, as línguas originais da Bíblia são de difícil compreensão para nós, ocidentais. Para começar, as frases eram escritas de trás para a frente, ou seja, da direita para a esquerda, só com consoantes e seu alfabeto mais parecia desenhos do que letras. Só para se ter uma ideia, transcrevemos abaixo o primeiro versículo bíblico: na primeira linha, a escrita; na segunda, a pronúncia e; na terceira a tradução para o português.


No princípio criou Deus[Elohim] os céus e a terra.



בְּרֵאשִׁיתBËRESHYTNO princípioבָּרָאBÅRÅcriouאֱלֹהִיםELOHYMDeus[Elohim]אֵת הַשָּׁמַיִםET HASHÅMAYMos céusוְאֵתVËETeהָאָרֶץ:HÅÅRETS:a terra.








Com as traduções, surgiu a necessidade de dividir o texto sagrado, especialmente para facilitar a leitura litúrgica nas sinagogas. As primeiras divisões são atribuídas aos "massoretas", como eram conhecidos os  judeus que se dedicaram a preservar e cuidar das escrituras que atualmente constituem o Antigo Testamento. O termo indica também os comentadores hebraicos dos textos sagrados. Eles atuaram entre os anos 500 a 1000 d.C. Diversos sistemas foram usados, tanto entre os judeus (“Sedarim”; “Perashiyyot”; “Pesuquim”) como entre os cristãos (“Cánones eusabiani”, de Eusébio de Cesareia), para dividir os textos em 1162 seções.

Divisão em capítulos
Estêvão Langton, arcebispo da Cantuária, que havia sido chanceler da Universidade de Paris, fez a divisão do Antigo e do Novo Testamentos em capítulos, a partir do texto latino da Vulgata de São Jerônimo, por volta do ano 1226. Da Vulgata, passou ao texto da Bíblia hebraica, ao texto grego do Novo Testamento e à versão grega do Antigo Testamento. Ele estabeleceu uma divisão em capítulos, mais ou menos iguais, muito similar à que temos em nossas Bíblias impressas. Esta divisão se tornou universal.

Divisão em versículos
São Pagnino (1541), judeu convertido, depois dominicano, originário de Luca (Itália), dedicou 25 anos à sua tradução da Bíblia, publicada em 1527, e foi o primeiro em dividir o texto em versículos numerados. Esta versão foi impressa em Lion. Era uma versão muito literal que constituiu um ponto de referência entre os humanistas da época, e foi reimpressa várias vezes.

Roberto Estienne, prestigiado impressor, realizou a divisão atual do Novo Testamento em versículos em 1551. Em 1555, fez a edição latina de toda a Bíblia. Para os versículos do Antigo Testamento hebraico, ele utilizou a divisão feita por São Pagnino. Para os demais livros do Antigo Testamento, elaborou uma própria e utilizou para o Novo Testamento a que, poucos anos antes, ele mesmo havia realizado.

O recurso de dividir o texto bíblico em capítulos e versículos numerados permite, desde então, encontrar imediatamente uma passagem, seja qual for a paginação adotada por uma edição.
Esta é uma ferramenta fundamental para os pesquisadores, e para que todos possam ter uma mesma referência.

Nós não contamos o número de capítulos e versículos da Bíblia, mas a informação corrente é que são 1.328 capítulos e 40.030 versículos.


Bom, vamos dar um stop aqui. No próximo post, vamos falar um pouco sobre as diversas traduções da Bíblia, alguns métodos de leitura e como usar as citações.


Até lá. Fraterno abraços a todos! 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A BÍBLIA - INFORMAÇÕES GERAIS - 2ª Parte

Novo Testamento

O Novo Testamento é a parte da Bíblia onde encontramos o anúncio da pessoa de Jesus Cristo. Ele veio ao mundo para estabelecer uma Aliança definitiva entre Deus e os homens. Os primeiros quatro livros são os EVANGELHOS.



Evangelho - É uma palavra grega que significa ‘boa notícia’. São escritos que nasceram em comunidades cristãs entre 30 e 70 anos depois da morte de Jesus, refletindo suas necessidades, seus problemas e seu compromisso de fé. Todos os fatos relatados ocorreram depois do nascimento de Jesus Cristo (d.C. = depois de Cristo).

Os Evangelhos são 4 (quatro): Mateus, Marcos, Lucas e João
Mateus, Marcos e Lucas são chamados de sinóticos (= olhar juntos), pois têm muitas coisas em comum entre si.

Evangelho Segundo Mateus (Mt) -  O Evangelho de Mateus é dirigido especialmente aos Judeus convertidos; por isso, tem o cuidado de mostrar que Jesus de Nazaré é o herdeiro das promessas feitas por Deus a Davi. Portanto, Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.

Evangelho Segundo Marcos (Mc) - É a redação mais antiga dos evangelhos, feita no ano 70 d.C., provavelmente em Roma, onde o autor pôde ler e meditar as cartas de São Paulo. Marcos põe em evidência os milagres de Jesus, pois pretende mostrar a bondade do Senhor e sua divindade, não se preocupando muito com as datas. Seu Evangelho se dirige especialmente aos cristãos vindos do paganismo; portanto, de origem grega ou romana.

Evangelho Segundo Lucas (Lc) - Lucas apresenta a vida  e a atividade terrestre de Jesus como uma grande viagem que vai da Galileia até Jerusalém, centro político do judaísmo. É também o evangelista que mais fala sobre o nascimento e a infância de Jesus. Dirige-se especialmente aos cristãos de origem pagã: gregos e romanos. A originalidade de Lucas foi escrever 2 (dois livros) - Evangelho e Atos. Ele viveu em contato com os pagãos convertidos, demonstrando assim grande preocupação missionária.

Evangelho Segundo João (Jo) -  João escreve seu Evangelho de maneira original, penetrando o mistério das humilhações e da glória do Cristo. Fala da ‘vida Eterna’ como realidade já presente na terra, na Pessoa de Jesus. João escreve não aos pagãos, mas aos cristãos. Um evangelista da escola de João transcreve a pregação do apóstolo. Um redator final deu a forma que chegou até nós (ano 100 d.C.).

Atos dos Apóstolos (At) - Atos dos Apóstolos encontra-se depois dos Evangelhos. Afirma que Jesus Cristo morreu e ressuscitou, completando sua missão aqui entre nós e que depois dele, quem vai continuá-la será o Espírito Santo por meio dos apóstolos e evangelizadores, até os extremos dos confins da terra. Fala da época na qual nasce a Igreja. No livro dos Atos é apresentada a atividade dos Apóstolos como grande viagem que vai de Jerusalém até Roma, o centro do mundo naquela época. Quatro pontos se destacam no Livro: O Anúncio, a Catequese, a vidas das Comunidades e a Missão. Foi escrito entre os anos 80 e 90 d.C. por Lucas, o mesmo autor do 3º Evangelho. A Tradição, desde o II século, o identifica com o médico que acompanhou Paulo em parte de suas viagens.

As cartas de Paulo
As Cartas de são Paulo encontram-se depois dos Atos dos Apóstolos. Elas são respostas a situações concretas e a problemas específicos das primeiras comunidades cristãs, fundadas pelo grande anunciador do Evangelho, espalhadas em terras pagãs. Releva observar que as Cartas de Paulo são anteriores aos Evangelhos. Revelam as dificuldades, a perseverança e a ousadia na grande missão de fazer surgir grupos cristãos em meio a situações contrárias ao Evangelho. Podem ser divididas em 2 (dois) grupos: Cartas para as Comunidade e Cartas Pastorais.
Nota: Convém observar que algumas Cartas atribuídas a Paulo pela tradição, tem hoje sua autoria discutida ou mesmo contestada e, isso se deve, como dissemos, à evolução das ciências aplicadas ao estudo das Sagradas Escrituras. Esse assunto será abordado com mais detalhes futuramente.

Cartas para as Comunidades
As Cartas para as Comunidades são àquelas enviadas por Paulo às comunidades que ele fundara. Elas são 9 (nove).

Carta aos Romanos (Rm) - Somente a fé em Jesus Cristo pode salvar. Paulo não fundou esta comunidade.

1ª Carta aos Coríntios (1ªCor) - Ensina como superar os conflitos na comunidade. Corinto era uma rica cidade comercial. Paulo fundou a comunidade entre os anos 50 e  52 d.C.

2ª Carta aos Coríntios (2ªCor) - Nos diz que a força se manifesta na fraqueza. É, portanto, uma dose de ânimo para a comunidade que se sente desanimada.

Carta aos Gálatas (Gl) - A Galacia era uma região da Ásia Menor.  E esta carta é um manifesto da liberdade cristã.

Carta aos Efésios (Ef) - Tem com eixo central, o Mistério e a vida da Igreja. Paulo escreveu esta carta na prisão.

Carta aos Filipenses (Fl) - Felipos foi a 1ª cidade europeia a receber o Evangelho. Essa carta tem como objetivo fornecer critérios para distinguir o verdadeiro Evangelho.

Carta aos Colossenses (Cl) - Colossos era uma pequena cidade da Ásia Menor. Esta carta tem como objetivo principal afirmar que Cristo é a imagem do Deus invisível.

1ª Carta aos Tessalonicenses (1ªTs) - É o primeiro escrito do NT (50-51 d.C.). Tessalônica era uma grande cidade comercial.  Esta carta tem como eixo central: a fé, a esperança e o amor.

2ª Carta aos Tessalonicenses (2ªTs) -  O tema central desta carta é: Como resistir aos conflitos.

As Cartas Pastorais
As cartas Pastorais são àquelas enviadas para as lideranças das comunidades.  Elas são 5 (cinco).

1ª Carta a Timóteo (1ªTm) - Timóteo foi discípulo e colaborador de Paulo. Esta carta é uma instrução para o ministério.

2ª Carta a Timóteo (2ªTm) - Foi escrita na prisão em Roma (ano 67 d.C.). Nela Paulo faz algumas considerações sobre os últimos dias.

Carta a Tito (Tt) - Tito é o delegado pessoal de Paulo na ilha de Creta. Esta carta fala da sã doutrina, isto é, a vontade salvadora de Deus trazida por Cristo.

Carta a Filemon (Fl) -  Esta é uma carta de recomendação para o escravo Onésio, cujo objetivo é alertar para o preconceito e exploração. ‘Em Cristo somos todos irmãos’.

Carta aos Hebreus (Hb) - Escrita por um discípulo de Paulo e trás como mensagem central: Cristo, Único e verdadeiro Sacerdote.

As Cartas Católicas
As cartas católicas são  àquelas encontradas logo depois das Cartas de Paulo. A palavra católica significa ‘universal’. Essas cartas são assim chamadas porque foram escritas para uma comunidade ou pessoa em particular, mas endereçada a toda a Igreja. Elas são 7 (sete).

Carta de São Tiago (Tg) - Autor: Judeu de origem grega do final do I séc. Para ele a fé sem obras é morta.

1ª Carta de São Pedro (1ªPd) - Esta carta foi escrita para as comunidades da Ásia Menor. Ela chama a atenção para a autenticidade do testemunho.

2ª Carta de São Pedro (2ªPd) - É o último escrito do NT (meados do séc. II). Ela ensina como perseverar na esperança.

1ª Carta de São João (1ªJo) - O objetivo do autor é afirmar que o dinamismo da Fé é o Amor.

2ª Carta de São João (2ªJo) – Esta carta é um complemento da primeira. Aqui o autor convida a Igreja a viver na verdade.
As duas cartas foram escritas no fim do séc. I por João ou um discípulo  seu  e dirigidas às comunidades da Ásia Menor.

3ª Carta de São João (3ªJo) - Fala dos Cooperadores da verdade. É uma carta de encorajamento.

Carta de Judas (Jd) - Escrita no final do séc. I. Tem como objetivo principal, não deixar que a fé se enfraqueça.

Apocalipse

Apocalipse é uma palavra grega que quer dizer: ‘Revelação’: Revelação de Jesus Cristo (Ap. 1,1) O Apocalipse de São João é o último livro da Bíblia. Nele o autor usou uma linguagem cheia de símbolos, porque se dirigia às comunidades que viviam em meio à perseguição romana, no fim do séc. I.

No post anterior vimos uma pequena síntese dos livros do Primeiro Testamento. Nesse post, a mesma coisa sobre os livros do Segundo Testamento (alguém poderá dizer que isto é pleonasmo, pois síntese quer dizer pequeno resumo), mas queremos reforçar e chamar a atenção que se trata realmente do mínimo de informações sobre cada livro, pois o estudo mais aprofundado será feito posteriormente, quando da abordagem de cada um dos livros. Nosso próximo post consistirá na terceira parte das Informações Gerais, abordando assuntos relevantes para nossos estudo.

Até lá. Fraterno abraço a todos.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A BÍBLIA - INFORMAÇÕES GERAIS - 1ª Parte

Para se realizar qualquer estudo, é de suma importância se conhecer o maior número de dados sobre o objeto a ser estudado. No caso da Bíblia, esse conhecimento é fundamental. Sem ele, ficaríamos sem entender muito de seu conteúdo. Por exemplo, embora relate a história de fé de um povo desde a sua origem, a Bíblia não é um livro de história científica. Claro e evidente que ela relata muitos casos verídicos, mas sem a preocupação de datação exata e de detalhes históricos científicos. Em seu bojo existem livros em vários estilos literários e alguns no estilo de novelas e parábolas, que não relatam fatos realmente ocorridos, mas que serviram de exemplo e/ou correção para desvios morais e para analisar, criticar e denunciar determinadas situações. Enfim, é preciso conhecer um pouco tudo isso para um melhor entendimento e aproveitamento do estudo.  Vamos lá?

O nome ‘Bíblia’ vem do grego ‘biblos’, que significa ‘livro’. Daí o diminutivo ‘biblon’ = a livrinho, que no plural fica ‘Bíblia’. Portanto, o que conhecemos como Bíblia é um único volume formado por 73 livros de tamanhos diferentes e escritos por diversos autores ao longo de muitos séculos. Podemos dizer com isso que temos nas mãos uma biblioteca.

Divisão da Bíblia
A Bíblia está dividida em duas partes num total de 73 livros:

- O Antigo Testamento (que se abrevia AT) ou Velho Testamento com 46 livros, escritos antes de Jesus Cristo (a.C.).

- O Novo Testamento (que se abrevia NT) com 27 livros, escritos depois de Jesus Cristo (d.C.).


Testamento.

A palavra testamento vem do latim ‘Testamentum’, tradução da palavra hebraica PACTO, ALIANÇA.
O Antigo Testamento contém os livros que se referem à Antiga Aliança que Deus fez primeiro com Adão, depois com Noé, Abraão e, sobretudo com Moisés.
O Novo Testamento contém os livros que se referem à Aliança Nova e definitiva, feita por Jesus Cristo.
Na Bíblia Hebraica (Bíblia do Povo Judeu) não existe o Novo Testamento, porque esse povo não considera inspirados os livros que o compõem. E mesmo alguns livros e trechos que constam da Bíblia católica, escritos em grego, não são por eles reconhecidos como inspirados. Veremos isso mais adiante.

Segue uma síntese informativa sobre os Livros Bíblicos. Quando do estudo de cada um, serão aprofundadas as questões referentes a eles. É importante ressaltar que as datas mencionadas nas sínteses a seguir são as correntes na atualidade. Os estudos sobre a Bíblia continuam, com o uso de todas as ciências disponíveis (geografia, história, arqueologia, antropologia, paleografia, exegese, hermenêutica, entre outras). Portanto, é possível e bastante provável que novas descobertas possam alterar algumas das informações constantes do nosso estudo.

Antigo Testamento
O Antigo Testamento ou Primeiro Testamento, ou ainda Velho Testamento, como era chamado no século XVII, está dividido em quatro grandes partes: Pentateuco, Históricos, Poéticos e Sapienciais, e Proféticos.

Pentateuco
É uma palavra grega que significa cinco livros. Os primeiros livros do Antigo Testamento são chamados ‘Pentateuco’. Conhecidos também por TORÁ = LEI, porque contém a Lei da Antiga Aliança.
Os livros do Pentateuco são:

- Gênesis (Gn) - É uma palavra grega que quer dizer ‘origem’. Narra as origens do mundo e do homem, a corrupção da humanidade e o dilúvio. A aliança de Deus renovada com Noé. Conta-nos também a formação do Povo de Deus e a história dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó.

- Êxodo (Êx) - É uma palavra latina que significa ‘saída’. Relata sobre o cativeiro do Povo de Deus no Egito, a libertação do mesmo pela mão de Moisés, a experiência da caminhada rumo à Terra Prometida e a Aliança selada sobre o monte Sinai, com a entrega por parte de Deus dos Dez Mandamentos.

- Levítico (Lv) -  Provém do nome Levi, a tribo de Israel que foi escolhida para exercer a função de sacerdotal no meio do seu povo. É o livro que trata das leis sobre o culto divino. Uma espécie de ‘ritual’ dos sacrifícios oferecidos a Deus naquele tempo. Os Judeus do tempo de Jesus observavam essas leis baseados justamente no Levítico.

- Números (Nn) - Chama-se Números por causa dos recenseamentos e séries de números nele contidos. Narra a parte final da caminhada do Povo de Israel pelo deserto do Sinai até a entrada na Terra Prometida. Também fala das lutas que os israelitas enfrentaram perante os povos que ocupavam as fronteiras da Palestina.

- Deuteronômio (Dt) -  Quer dizer ‘Segunda Lei’. É o livro que relata novamente a promulgação da Lei da Aliança. Convida à conversão e felicidade.

Históricos
Os livros históricos são 16 (dezesseis). Eles narram as histórias do Povo e seus líderes, desde a entrada na terra prometida (Terra de Canaã) até quase a época de Jesus Cristo.
Os Livros Históricos são:

- Josué (Js) - Relata a conquista e a partilha da Terra Prometida. Com a morte de Moisés, a missão  de levar o Povo até a terra de Canaã fica com Josué. Fatos ocorridos aproximadamente entre 1230 e 1200 a.C.

- Juízes (Jz) -  Entre a morte de Josué e a constituição da Monarquia, as tribos são governadas por chefes carismáticos: os juízes. Relata fatos ocorridos aproximadamente entre o 1200 e 1020 a. C.

- Rute (Rt) -  Apresenta uma história familiar visando orientar a luta do Povo pobre em busca de seus direitos. Ela se torna bisavó do rei Davi, de cuja família vai nascer Jesus. No livro são colocados os princípios que devem orientar a reorganização de uma comunidade que sofreu grandes abalos.

- 1Samuel (1Sm) - Samuel chamado por Deus desde a infância e educado pelo Sacerdote Eli, foi ao mesmo tempo profeta e o último dos Juízes de Israel. O livro narra o surgimento da monarquia com a escolha de Saul, que depois foi substituído por Davi. Acontecimentos que se situam aproximadamente entre 1040 e 1010 a.C.

- 2Samuel (2Sm) - O segundo livro de Samuel relata sobre o grandioso reinado de Davi. Fatos ocorridos entre 1010 e 971a.C.

- 1Reis (1Rs) - Continua o relato sobre a monarquia iniciada com Saul e Davi. Depois de Salomão, o Império se divide em dois reinos: Reino de Israel ou do Norte, Reino de Judá ou do Sul. Fatos ocorridos entre 971 a 853 a.C., sendo que em 931 a.C. acontece a divisão do Império. (1ª briga entre herdeiros).

- 2Reis (2Rs) -  Continua  com a história dos dois reinos, a decadência sócio-político-espiritual dos mesmos até o relato da queda, seja do Norte quanto do Sul e as deportações no cativeiro. Fatos ocorridos entre 853 a 561 a. C. Em 722 a.C.- Ruína do Norte. Em 586 a. C. - Ruína do Sul.

- 1Crônicas (1Cr) - Releitura da história, de Adão até Davi.

- 2Crônicas (Cr) - Releitura da história de Salomão até a deportação para a Babilônia. Os dois livros das Crônicas foram elaborados no início do século IV A. C.

- Esdras (Esd) - Continua o relato da história de Israel a partir da volta do exílio e a reconstrução do templo e da comunidade. Fatos ocorridos entre 538 e 515 a. C.

- Neemias (Ne) - Continuando a história do pós-exílio fala a respeito da reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém. Fatos ocorridos entre 515 e 400 a. C.

- Tobias (Tb) - O livro apresenta o exemplo de um judeu justo e fiel a Deus, mostrando que a verdadeira sabedoria, o caminho que conduz à felicidade, consiste em amar a Deus e obedecer aos mandamentos. Neste livro, os dados históricos entram só como ‘pano de fundo’, o que interessa é fortalecer a identidade do Povo revalorizando a fé, as tradições e seus valores. É um dos Deuterocanônicos.

- Judite (Jt) - Judite é a jovem Israelita fiel à Lei que, com fé em Deus e confiando no poder da oração, defende seu Povo mostrando que o poder da fé e a confiança em Deus têm mais força que um exército armado. O autor está interessado em transmitir uma mensagem: a memória da fé, da coragem, das táticas de um povo oprimido em luta contra o opressor. É um dos Deuterocanônicos.

- Ester (Est) - A rainha Ester, esposa de Assuero, rei da Pérsia, intercede e salva os judeus estabelecidos na Pérsia, onde eram duramente hostilizados. Mais do que história temos um conto que analisa a situação da comunidade judaica espalhada entre as nações estrangeiras. Os textos 10, 4-16, 24 são considerados Deuterocanônicos.

Os livros de Tobias, Judite e Ester são novelas ou romances. Não refletem acontecimentos históricos propriamente ditos, no entanto servem de modelo para analisar em profundidade certas situações reais.

- 1Macabeus (1Mc) - O livro conta as lutas dos cinco filhos do sacerdote Matatias contra os reis gregos e o grupo judaico que a eles se aliaram. Relata fatos ocorridos entre 175 a 134 a. C.  É um dos Deuterocanônicos.

- 2Macabeus (2Mc) - Estão relatados novamente os fatos ocorridos na Judéia entre 175-161 a. C. O segundo livro é uma narrativa paralela a IMc 1-7. É um dos Deuterocanônicos.

Livros ‘Poéticos e Sapienciais’
‘Sapienciais’ é o nome dado a 5 (cinco) livros do Antigo Testamento: Provérbios, Jó, Eclesiastes(Coélet), Eclesiástico(Sirácida) e Sabedoria.
A esses são acrescentados dois livros poéticos: Salmos(150) e Cântico dos Cânticos.
Esses livros apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel. Neles encontramos a expressão da sabedoria e dos sentimentos do Povo: ditados, poesias, cantos, orações.

Livros sapienciais

- Jó (Jó) - Os Judeus achavam que o sofrimento significava castigo e abandono de Deus. O Livro de Jó mostra o contrário: Jó sofre e é um justo amado por Deus. É uma contestação à doutrina da retribuição <=> Deus devolve o bem com o bem e o mal com o mal.
O tema central deste livro é a questão mais profunda da religião: a natureza da relação entre o homem e Deus. Provavelmente foi escrito em sua maior parte durante o exílio, no século VI a.C.

- Salmos(Sl) - A palavra Salmos quer dizer: Oração cantada e acompanhada com instrumentos musicais. Os Salmos são oração, expressão da experiência do homem e do Povo aliado com Deus. São também poesias, forma mais apropriada para expressar a realidade da vida penetrada pelo mistério de Deus.

- Provérbios (Pr) - O livro dos Provérbios, agrupando ditos, sentenças e alguns desenvolvimentos maiores, é um verdadeiro resumo da sabedoria de Israel. Não foram todos escritos por um mesmo autor e não pertencem todos à mesma época. A maioria deles nasceu da experiência popular, que foi depois burilada e editada por sábios profissionais desde o tempo de Salomão (950 a.C.) até dois séculos depois do exílio(400 a.C). Foram atribuídos ao rei Salomão por causa de sua fama de sábio(1Rs 3-5).

- Eclesiastes (Ecl) ou Coélet - Pretende ser uma análise crítica, lúcida e realista sobre a condição humana a partir da realidade da Palestina daquele tempo. ‘Coélet’ significa ‘diretor acadêmico’: era um sábio que instruía o povo. Trata-se de um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a condição do povo da Palestina, por volta do século III a.C.
‘Sabedoria de Salomão’ é fictício, pois o autor é um judeu de Alexandria, que escreveu o livro pelo ano 50 a.C. É um dos Deuterocanônicos.

- Cântico dos Cânticos (Ct) - Se apresenta como uma coleção de cantos populares de amor, usados talvez em festas de casamento, onde noivo e noiva eram chamados de rei e rainha. Aborda a mais profunda, universal e significativa experiência humana: o amor. Remonta ao século V ou IV a.C. Foi atribuído ao rei Salomão, reconhecido em Israel como patrono da literatura sapiencial.

- Sabedoria (Sb) - O autor, preocupado em salvaguardar a Fé dos judeus que moravam em Alexandria (centro político e cultural grego) ensina a verdadeira sabedoria, que vem de Deus, que conduz a uma vida justa e à felicidade.

- Eclesiático (Eclo) ou Sirácida - O livro faz considerações sobre a vida humana mostrando o valor estável da Lei de Deus que conduz o homem ao que é eterno. Procura educar o ser humano para uma vida feliz. É um dos Deuterocanônicos.
Sirácida por causa do nome do autor, ‘Jesus filho de Sirac...’ (Eclo 50,27), que escreveu  o livro pelo ano 50 a.C.


Livros Proféticos

Os livros Proféticos são 18 (dezoito). Trazem a vida e a mensagem dos Profetas. O Profeta, na Bíblia, é aquele que fala em nome de Deus, denunciando as injustiças, consolando o povo e anunciando a vinda do Messias.

- Isaías (Is) - Foi o maior Profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta de 760 a.C. O livro se divide em três partes: 1º Isaías: condena as alianças. 2º Isaías: consola o Povo no exílio. 3º Isaías: estimula o povo na volta do exílio.
Lidando com as grandes mudanças internacionais, Isaías condena as alianças com as grandes potências porque só a fidelidade a Deus poderá salvar a Nação.
O tema central deste livro é: a Santidade de Deus; isto é, só Deus é Absoluto.
Embora se mantenha o nome Isaías para os três livros, provavelmente, apenas o primeiro livro foi escrito pelo profeta; os seguintes são de autoria de seus seguidores.

- Jeremias (Jr) - Nasceu no ano 650 a. C. Profetizou entre os anos 627 e 658 a.C.
Plenamente consciente de sua missão, Jeremias anuncia com todas as forças o projeto de Deus presente na Aliança. Sai em defesa dos pobres, oprimidos e fracos e denuncia abertamente as falsas seguranças religiosas unidas a uma prática injusta e idólatra. Por isso foi perseguido e humilhado.

- Lamentações (Lm) - Livro composto nos anos 586 a.C. Após a destruição de Jerusalém e a deportação do Povo. São cantos fúnebres que descrevem de modo doloroso e em forma poética a destruição da cidade de Jerusalém pelos babilônios e os acontecimentos que se sucederam a essa catástrofe: fome, sede, matanças, exílio.

- Baruc (Br) - Baruc que quer dizer: ‘abençoado’. Foi discípulo de Jeremias. O autor visa conservar os sentimentos religiosos dos israelitas dispersos pelo mundo todo, após a ruína de Jerusalém.

- Ezequiel (Ez) - O profeta exerce sua missão no meio do povo deportado na Babilônia, procurando levar o povo à Aliança com seu verdadeiro Deus. Fala do Messias como de um pastor que vai apascentar o seu rebanho, e anuncia a restauração de Israel entre os anos 593 a 571 a.C.

- Daniel (Dn) - De autor desconhecido, o livro apresenta um personagem ideal que sofre junto com a comunidade que está sendo perseguida. A finalidade do livro de Daniel é sustentar a esperança do povo fiel e provocar a resistência contra os opressores. Textos Deuterocanônicos 3, 24-90; 13-14

- Oséias (Os) - Deve ter profetizado por volta dos anos 750 a.C. Fala das infidelidades de Israel com seu Deus denunciando todo tipo de idolatria que ele chama de prostituição. Compara também a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado.

- Joel (Jl) - Parece ter profetizado entre os anos 400 e 350 a.C. Uma expressão une todo o livro: o dia de Javé, isto é, o juízo final: o grande dia em que a humanidade prestará contas a Deus.

- Amós (Am) - Era camponês e pastor. Profetizou entre os anos 780 a 744 a.C. Amós condena as injustiças sociais que massacram o povo, especialmente a corrupção dos Juízes e a opressão dos pobres. Ameaça tais injustiças com castigos.

- Abdias (Ab) - Profetizou lá pelos anos 550 a.C. Aborda o tema da solidariedade dos mais fracos diante do poder opressor. Anuncia castigos contra Edom (idumeus) e o triunfo de Israel no dia de Javé.

- Jonas (Jn) - Apresenta o tema da misericórdia de Javé que não é um Deus nacional, mas um Deus de toda a humanidade. O livro de Jonas, mais do que um livro profético poderia ser colocado na linha sapiencial, no estilo de uma novela.

- Miquéias (Mq) - Profetizou no mesmo período de Isaías (século VII a.C.). Denuncia um mal mais perverso do que a própria guerra em andamento: a cobiça e as injustiças sociais, nas quais ele vê a causa principal da ira de Deus.

- Naum (Na) - Profetizou entre os anos 633 a 612 a.C.  Naum deixa bem claro que os grandes poderosos do mundo não são eternos. Por mais que eles dominem e humilhem os pequenos um dia ruirão como Nínive.

- Habacuc (Hab) - Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Vendo o seu país sofrer uma opressão violenta pede socorro a Deus; analisando pois o problema do mal, diz que no final Deus salvará os justos e punirá o mal.

- Sofonias (Sf) - Profetizou entre os anos 640 a 630 a.C. Ele mostra como sobre toda essa situação de injustiça, exploração e idolatria pesa o julgamento de Deus: o dia de Javé.

- Ageu (Ag) - Profetizou por volta do ano 520, depois da volta dos exilados, no tempo em que a comunidade judaica procurava reconstruir suas bases de fé e vida social. Anima o povo na reconstrução do Templo e anuncia os tempos messiânicos; isto é, o povo voltará à sua grandeza anterior com um descendente de Davi.

- Zacarias (Zc) -  Contemporâneo do profeta Ageu, profetiza no mesmo contexto sócio-político-religioso. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o Templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações.


- Malaquias (Ml) - O profeta fala do amor de Deus pelo seu Povo. E adverte que se Deus não está concedendo mais bênçãos é porque está havendo adultério, divórcios, etc. Provavelmente profetizou lá pelo ano 444 a.C.

Terminamos aqui a síntese dos Livros do Antigo Testamento. No próximo post veremos a dos Livros do Novo Testamento.

Até lá!